quarta-feira, 28 de julho de 2010

Grupo, já que não tinha ninguém do grupo na aula de hoje, estou passando para dar um recado.

Como foi discutido na aula de hoje, nosso grupo ficou responsável pela parte do debate no filme, que será realizado na quarta feira. Assim que soubermos qual filme será passado, vamos pesquisar sobre o filme, as principais questões e colocá-las em debate na aula de quarta feira,
ok?

Beeeijos a todos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Poluição sonora


Reportagem interessante sobre o caos sonoro da grande São Paulo, não fiquem com preguiça de ver!

Agora vamos à uma análise rápida do tema de poluição sonora:
"A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o início do estresse auditivo se dá sob exposições de 55 dB.
Nas principais ruas da cidade de São Paulo, os níveis de ruído atingem de 88 a 104 decibéis. Isto explica porque os motoristas profissionais são o principal alvo de surdez adquirida. Nas áreas residenciais, os níveis de ruído variam de 60 a 63 decibéis - acima dos 55 decibéis estabelecidos como limite pela Lei Municipal de Silêncio."
Dados preocupantes, principalmente quando vemos os malefícios que tal exposição inadequada pode nos causar:
Efeitos Psicológicos:

- Perda da Concentração
- Perda dos Reflexos
- Irritação permanente
- Insegurança quanto a eficiência dos atos
- Embaraço nas conversações
- Perda da Inteligibilidade das palavras e
- Impotência Sexual

Efeitos Fisiológicos:
- Perda auditiva até a surdez permanente
- Dores de cabeça
- Fadiga
- Loucura
- Distúrbios cardiovasculares
- Distúrbios hormonais
- Gastrite
- Disfunções digestivas
- Alergias
- Aumento da freqüência cardíaca e
- Contração dos vasos sangüíneos.



Hora de leis mais severas? Maior fiscalização? Ou de maior conscientização da população?
Saúde e pós estruturalismo.

Documento magnífico....*-*

http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S14138123008000900007&script=scia arttext


=]

Beijos

Empresas reduzem coleta seletiva e misturam o lixo em SP

A coleta seletiva de lixo foi reduzida na cidade de São Paulo porque as 17 cooperativas de catadores conveniadas com a prefeitura não têm conseguido processar todo o material recebido.

Desta forma, os produtos reciclados que são separados pelos moradores vão para aterros e acabam sendo misturados ao lixo comum.

Existem caminhões que recolhem somente lixo reciclável, mas que demoram horas para descarregar o material, que acaba sendo recolhido, posteriormente, pelos veículos comuns, misturado ao lixo não separado.

Em média, as empresas Loga e Ecourbis recolhem 120 toneladas de lixo reciclável por dia contra um total de 9 mil toneladas de lixo residencial comum.

Há algumas semanas, a prefeitura passou a proibir a entrada dos caminhões de lixo reciclável no aterro, mas a regra não é cumprida.

Loga e Ecourbis confirmam que têm despejado lixo que foi separado para reciclagem em aterros. A prefeitura admite que há falhas na coleta seletiva e diz que vai multar as empresas.



Fechamento de aterro sanitário leva preocupação a duas comunidades no Rio

A prometida desativação em 2011 do aterro sanitário de Gramacho, na região metropolitana do Rio, está deixando duas comunidades apreensivas, por motivos opostos. Enquanto os trabalhadores de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, temem pela perda maciça dos milhares de empregos gerados com a reciclagem do lixo, os moradores da bucólica Agrovila de Chaperó, em Seropédica, protestam contra a chegada do aterro que irá substituir Gramacho.

No lixão que atualmente existe à beira da baía de Guanabara, sobrevivem diretamente da coleta de materiais 3.000 pessoas, sendo que outras milhares trabalham no entorno, em empresas de processamento do que é reciclado ou no microcomércio que serve aos trabalhadores. Os dados são da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho (Acamjg), que reúne 100 associados, mas tem mais de 1.500 pessoas cadastradas.

A diretora financeira da associação, Glória Cristina dos Santos, disse que o futuro é incerto, mas confia no novo sistema de coleta seletiva anunciado pela prefeitura do Rio, que deverá separar o lixo da maior parte da cidade.

"A prefeitura ainda não possui um plano de ação e a própria associação não tem um plano que seja viável. Precisamos formular uma proposta que possa realmente ser implementada. O óbvio é fazer a coleta seletiva, mas isso depende de uma série de ações e de vontade política. O tempo para isso é pouco", disse Glória.

O secretário municipal de Meio Ambiente do Rio, vice-prefeito Carlos Alberto Muniz, tem reafirmado que o aterro de Gramacho já tem data para fechar e não passa do início de 2011. "Nós podemos afirmar que no ano que vem a prefeitura do Rio de Janeiro não estará depositando mais nenhum lixo no aterro de Gramacho e ele será desativado", afirmou Muniz.

Ele adiantou que um amplo projeto de coleta seletiva começará a ser implantado em quase toda cidade do Rio. "Um grande programa será posto em prática neste segundo semestre, para poder separar já na fonte e reciclar os resíduos. O lixo será matéria-prima e entrará na cadeia produtiva em articulação com as cooperativas", disse o vice-prefeito.

Atualmente, segundo ele, a coleta seletiva é implementada apenas em uma parcela da zona sul da cidade. O novo processo será distribuído em cinco galpões espalhados estrategicamente pelo município, que terão financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Espaço

O sistema é a esperança para catadores como Mário Luiz Ávila Martins. Viúvo, ele sustenta cinco filhos com o trabalho de reciclagem em Gramacho. "Muita gente que trabalha no lixão não está preparado para o novo modelo Não vai ter espaço para todo mundo. Só para quem está agora procurando se qualificar", disse o catador, que está fazendo um curso de agente ambiental, oferecido com apoio da Firjan (Federação das Indústria do Rio de Janeiro) e do BNDES. Além de aprenderem sobre o processo de reciclagem, os trabalhadores também recebem noções de informática.

Segundo Mário, entretanto, o processo que vai privilegiar a reciclagem, com o fim do aterro de Gramacho, estará centrado nas cooperativas, podendo deixar de lado centenas de outros catadores independentes, que não são associados a nenhum grupo.

É o caso das amigas Tânia Francisca de Andrade e Zélia Regina Costa Couto, que trabalham há mais de 20 anos na coleta de resíduos. Idosas, elas não têm certeza sobre o que vai acontecer daqui para frente. Sem qualquer proteção, de chinelos de dedos e sem luvas, elas separavam o lixo, em um terreno próximo à entrada do aterro.

"Eu trabalho lá dentro [no lixão]. Se acabar o que eu vou fazer?", perguntou Tânia, que desconhecia a existência de cursos de qualificação oferecidos aos catadores: "Estão oferecendo cursos? Não sei disso não".

"Se fechar Gramacho, eu pretendo comprar um negócio para vender uns pastéis, uns bolinhos na rua. Eu sei me virar. O problema são os outros, que já estão acostumados a trabalhar com a coleta e só conhecem o lixo. Mas eu acho que não vai fechar, não. Tem muitos anos que dizem isso", afirmou Zélia que sustenta o marido doente e duas filhas com o trabalho de separação do lixo e ainda mantém a esperança de poder continuar o trabalho de catadora no futuro.

sábado, 24 de julho de 2010

Poluição Luminosa nas Cidades


Um dos efeitos negativos do constante crescimento das cidades, relacionado com o desenvolvimento da civilização, da tecnologia e com a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos, é a poluição luminosa, definida por José Roberto Marques, como a "causada pelo excesso de luz artificial ou pelo seu uso inadequado (luz para cima, paralela ao solo ou para além da área útil), que excede ao uso racional e atinge áreas que ultrapassam o limite da necessidade (luz intrusa)".
Em consonância com o inciso II e suas alíneas, do art. 3º, da Lei n. 6.938/81, a poluição luminosa pode ser definida como a degradação da qualidade ambiental resultante da emissão de luz, criada por humanos, capaz de, direta ou indiretamente: (a) prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da população; (b) criar condições adversas às atividades sociais e econômicas; (c) afetar desfavoravelmente a biota; (d) afetar as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; ou, simplesmente, que se dê pelo (e) lançamento de energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos pelos órgãos competentes.

A poluição luminosa está por toda a parte e não é difícil constatarmos que, na maioria das cidades, parecem ter esvaziado o céu de suas estrelas, deixando no lugar uma névoa pálida.
De fato, como destaca Eduardo Turiel do Nascimento, "no ambiente urbano, são várias as fontes de luz. Estas fontes podem ser a iluminação externa dos prédios residenciais ou comerciais, as placas luminosas comerciais e a iluminação pública de praças, monumentos e vias, entre outras".


A par das condições adversas para as atividades dos astrônomos e, porque não dizer, da privação auto-imposta pela sociedade ao livre exercício de um direito de ver as estrelas, o uso inadequado da luz também compromete a regularidade de nosso ritmo circadiano, influenciando negativamente no metabolismo humano, que, normalmente, aproveita a escuridão noturna para o repouso, alternando-o com o estado de vigília que se dá durante o dia. Vale lembrar, a propósito, do que ocorre quanto ao hormônio do crescimento ou GH - cuja liberação ocorre em picos durante a noite de sono -, sendo importante para o crescimento das crianças até o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos, assim como no aumento da síntese de proteínas, redução da deposição de gorduras, aumento das necessidades de insulina, retenção de sódio e eletrólitos, aumento de absorção intestinal e eliminação renal do cálcio.

Assim, ao invadir as casas, a poluição luminosa acaba por dificultar, em muitos casos, o necessário desfrute de uma boa noite de sono, causando fadiga visual e até mesmo alterações no sistema nervoso central.

Além disso, a coletividade ainda se vê prejudicada sob o aspecto econômico, já que a luz em excesso ou desperdiçada significa ainda prejuízo para o responsável pelo seu custeio: em última análise, o contribuinte, quando se trata de iluminação pública; ou, nos casos de poluição causada a partir de atividades sem o caráter público, o particular.

Obviamente, maior desperdício de energia também demanda maior geração, com conhecidos prejuízos para o meio ambiente, decorrentes da instalação e operação de usinas hidrelétricas, termoelétricas, nucleares, entre outras, inclusive com o aumento das emissões e concentrações de carbono na atmosfera.

Guilherme José Purvin de Figueiredo menciona a incrível estimativa, segundo a qual "aproximadamente 50% até 60% da energia elétrica gerada atualmente é desperdiçada para o céu em forma de energia luminosa".

No trabalho intitulado Análise Legal dos Efeitos da Poluição Luminosa do Ambiente, Gargaglioni destaca que:

“Os canhões de luz lançados diretamente ao céu (utilizados em discotecas) ocasionam problemas na migração das aves, sendo causa de grande mortalidade pela perda de orientação e batendo em obstáculos devido ao brilho. Outros pássaros atraídos pela luz dos prédios, torres de transmissão, monumentos e outras construções, voam sem cessar em torno da luz até caírem de cansaço ou pelo impacto em alguma superfície (CHARRO, 2001).

“Alterações nos níveis de luz podem também prejudicar a orientação de animais noturnos. De acordo com PARK (1940), estes animais possuem adaptações anatômicas que possibilitam a visão noturna e rápidos aumentos de luz podem cegá-los. Algumas rãs têm a capacidade visual reduzida quando ocorre um repentino aumento da iluminação e podem levar minutos ou horas para se recuperar (BUCHANAN, 1993).

Como se faz sentir, a poluição luminosa está em toda parte e não pode ser totalmente eliminada, manifestando-se nas formas conhecidas como sky glow (brilho no céu), glare (ofuscamento) e light trespass(luz intrusa), com significativos impactos ambientais, podendo dificultar a pesquisa astronômica, atingir a saúde e a segurança do ser humano, resultar no comprometimento de recursos naturais e em fortes e desnecessárias pressões sobre a atmosfera terrestre, acarretar prejuízos de ordem social e econômica à coletividade difusamente considerada, danos aos patrimônios cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico, assim como à fauna e à flora.

Fonte: Blog "Ambiente Legal - POLUIÇÃO LUMINOSA NAS CIDADES" (adaptado)




Poluição

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"Poluição Atômica
Ratos do Porão

Sujeira no ar
Não consigo mais respirar
Falta oxigênio
Falta ar pura pra se poder respirar
NÃO HÁ SOLUÇÃO, NÃO HÁ SOLUÇÃO
PRA ESSA POLUIÇÃO ATÔMICA!
O homem polui o ar
Porque ele não consegue pensar
O ser humano quer se auto destruir
NÃO HÁ SOLUÇÃO, NÃO HÁ SOLUÇÃO
PRA ESSA POLUIÇÃO ATÔMICA!"


Gostei muito dessa música, pois ela retrata um dos motivos pelo qual o homem polui, "ele não consegue pensar" Agora deixo uma dúvida para todos, será que o homem "não consegue pensar" como diz a música, ou será que ele está cego diante da ambição que o capitalismo gera no ser humano? Será que a cultura tem a ver com a poluição?

terça-feira, 6 de julho de 2010

Catástrofes naturais expõem falta de planejamento urbano


Especialistas culpam processo de urbanização desordenado e falta de planejamento público pelas inundações e deslizamentos de terra que ocorrem em grandes cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro.


Ocupação sem planos

De acordo com o prof. Rubem Porto, do Departamento de Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP, é inevitável que um processo de ocupação de solo não altere a drenagem natural das águas, causando impermeabilização. Por isso, qualquer cidade grande do mundo em que tivesse chovido a quantidade que choveu no Rio de Janeiro entre os dias 5 e 6 de abril teria tido problemas.

“O problema é a ocupação urbana, que não é feita de forma ordenada”, comenta o prof. Alex Abiko, do Departamento de Construção Civil da Poli. “Áreas que não poderiam ser ocupadas, como ao longo de rios, começam a ser por falta de planejamento, então elas inundam”, diz.

Chuvas e deslizamentos

Sistemas de drenagem para diminuir os problemas da ocupação existem desde a Antiguidade. O sistema adotado em cidades brasileiras geralmente o de separador absoluto, em que esgoto doméstico e águas pluviais são conduzidos em redes diferentes.

Apesar de existirem, é consenso entre especialistas que falta planejamento para garantir a eficácia e a abrangência dos sistemas e evitar deslizamentos de terra. Segundo Abiko, a falta de estrutura das grandes cidades, que carecem de obras de contenção de encostas ou mesmo de sistemas de drenagem básicos, é resultado de um “conjunto de equívocos que foram feitos ao longo de muitos anos”.

No caso do Rio de Janeiro, em que houve em cerca de 250 mortos no início de abril por causa de chuvas e deslizamentos, Porto diz que a cidade está tomando medidas emergenciais, como a remoção de pessoas de favelas, porque não se preveniu. “Não podemos continuar atendo-se a medidas curativas e emergenciais, temos que investir forte e de uma forma muita técnica nas soluções preventivas”, diz.

Planejamento Público

O ponto principal de um plano público deve ser, segundo Abiko, definir prioridades, como as vidas humanas. Depois disso, “um mapeamento das áreas de risco nas cidades deve ser feito para saber o que fazer”, diz. Ele ressalta a importância da periodicidade dessas análises para manter a atualidade dos projetos e obras.

Outra medida importante é o de urbanizar áreas que não tem sistema sanitário, de drenagem, de contenção de encostas, como favelas. “Um projeto bem feito deve constar com análise das áreas de risco, redesenho do sistema viário e retirada da população de áreas críticas”, comenta Abiko.

Para Porto, essas soluções só existirão se houver um poder coordenador que una governos estaduais e municipais, a população, a indústria. “Esse poder tem que ter força política, capacidade de decidir sobre investimentos e de mobilização das áreas técnicas que existem. Se não forem tomadas decisões nesta linha, desastres vão se repetir ano após ano”, diz.Catástrofes naturais expõem falta de planejamento urbano
Clara Velasco
Pessoal, calma, eu não morri..HAHAHAHAH
Eu estou meio doente, mas já estou melhorando..=]

Então pessoal, estava pensando, e as nossas pesquisas de campo? Quando podemos fazer?
Sugiro fazer semana que vem no máximo, afinal de contas já estamos no meio de julho.
Que dia vocês podem?

Beeijos

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Cultura a Serviço da Poluição Ambiental

Os problemas ambientais do planeta não são fruto somente de decisões econômicas, conseqüências de políticas de desenvolvimento ou pura falta de educação.
Por trás dos dados que apontam para o esgotamento dos limites da natureza está uma postura cultural, quase imperceptível, que legitima as ações que redundam no efeito estufa, na extinção de espécies animais e vegetais ou na poluição da água. Em meio aos discursos que defendem o meio ambiente, existe uma “cultura antiverde” não percebida, nem abordada, que explica porque ainda é grande a distância entre retórica e prática nas questões ambientais. A sensação é de que quanto mais se fala em meio ambiente, mais os índices de degradação aumentam. Quanto mais se apresentam propostas de desenvolvimento sustentável, menos sustentável se apresenta a vida dentro do mundo atual, marcado pelo aumento da pobreza e da desigualdade social e pelo sentir-se cidadão mais vinculado ao poder de consumo do que ao exercício da cidadania.

A cultura da poluição é mais visível ainda nos meios de comunicação de massa. A mensagem subliminar pela insustentabilidade ambiental está presente especialmente no jornalismo. Encurralada pela pouca diversidade de fontes e pelo formato jornalístico, a notícia comumente trata os fatos ambientais como conseqüências inevitáveis ou procedentes de um agente isolado. Hannigan (1995, p. 89) alerta que:

“as histórias dos meios de comunicação social sobre os acontecimentos ambientais perigosos favorecem enquadramentos monocausais, em vez de enquadramentos que envolvam redes causais longas e complexas”.

O raciocínio de Hannigan (1995) é o de que o jornalismo falha ao reduzir a complexidade que explica os problemas ambientais. Falha que traduz-se em legitimação inconsciente das políticas econômicas, sociais e culturais que compõem o estilo contemporâneo de vida, comprovadamente insustentável do ponto de vista ambiental.
Ampliando o olhar sobre os meios de comunicação de massa, observa-se ainda que a “moda verde”, apesar do potencial de mudança que leva em seu âmago, está mais a serviço de uma estratégia de circulação de bens simbólicos e duráveis do que atuando em favor de uma nova cultura, fundamentada em valores que coloquem a teia da vida em posição prioritária. Mesmo apresentando um pouco de toda a diversidade que existe no mundo, os meios de comunicação de massa propagam a monocultura mental por apresentarem todos os conteúdos sob uma mesma lógica, impregnada pela noção de que as escolhas do mercado, as descobertas da ciência e o consumo a tudo darão uma resposta.

A Antropologia cresceu tendo no seu centro o conceito de cultura. Entre as concepções antropológicas, Thompson (2002, p. 173) distingue duas, denominadas de concepção descritiva e concepção simbólica. A concepção descritiva define que:

“a cultura de um grupo ou sociedade é o conjunto de crenças, costumes, idéias e valores, bem como os artefatos, objetos e instrumentos materiais, que são adquiridos pelos indivíduos enquanto membros de um grupo ou sociedade”.

Por buscar envolver tudo o que não seja meramente fisiológico, a concepção descritiva perde-se na imprecisão e na similaridade com a própria definição do que é Antropologia.
Já a concepção simbólica desvia-se da descrição para dedicar-se ao entendimento dos fenômenos culturais.

“Cultura é o padrão de significados incorporados nas formas simbólicas, que inclui ações, manifestações verbais e objetos significativos de vários tipos, em virtude dos quais os indivíduos comunicam-se entre si e partilham suas experiências, concepções e crenças”O estudo da cultura está essencialmente interessa na interpretação dos símbolos e da ação simbólica” (p. 176).


Thompson (2002, p. 180) afirma que a concepção simbólica “falha ao não dar suficiente atenção aos problemas de poder e conflito e, mais genericamente, aos contextos sociais estruturados dentro dos quais os fenômenos culturais são produzidos, transmitidos e recebidos”.

Conclusão
Há sempre uma cultura legitimadora justificando todas as atitudes do homem que ferem o equilíbrio ambiental. Cultura normalmente imperceptível à maior parte dos olhos que debruçam-se sobre a relação do homem com a natureza ou ausente de quase todas as políticas públicas voltadas para o meio ambiente. Seja pela crença de que o planeta existe somente para servir a espécie humana ou pela dominação avassaladora do capitalismo globalizante que nos impele, sem nos dar chance de pensar, a explorar cada vez mais para consumir cada vez mais, o homem não percebe que os problemas ambientais estão intimamente ligados ao modelo de sociedade predominante no mundo, construído na disputa pelo poder político, econômico, coercitivo e cultural, conforme sugere Thompson (1998).

Se a cultura é uma das instâncias de construção das estruturas sociais, não se pode sugerir qualquer mudança na relação homem/natureza sem uma abordagem cultural. E o início dessa abordagem focaliza-se sobre a denúncia de que a cultura dominante legitima a destruição ambiental. Não se trata de uma denúncia voltada para o conflito, e sim para a chamada de atenção. Nossos valores e visões concernentes ao meio ambiente mostram- se em desacordo com a teia da vida. Para o homem, o belo, o útil, o explorável merecem continuar ocupando espaço na Terra. O restante pode ser eliminado. Para a teia da vida, cada elemento possui um lugar e uma função no equilíbrio natural. A monocultura mental que domina o substrato dos nossos valores ambientais não respeita a teia da vida.

Os meios de comunicação, que exercem uma função constitutiva sobre a cultura, conforme Martín-Barbero (2003), são os instrumentos preferenciais para instaurar uma nova relação entre homem e natureza. Dando voz a movimentos sociais reformadores, que pregam modelos de vida baseados nas teses do ambientalismo, os meios de comunicação e os comunicadores têm condições de se transformarem em agentes de um novo tempo. Para tanto, devem praticar a reconversão do olhar quando tratarem das questões ambientais, permitindo o florescimento de uma prática comunicativa mais plural, negociadora de sentidos e preocupada com a eliminação das desigualdades econômicas, sociais e culturais.

É possível que os meios de comunicação ajudem realmente a denunciar a cultura da poluição? Mais ainda: é factível acreditar que os meios de comunicação, controlados pela mesma lógica capitalista e globalizante que rege o mundo, assumam-se como agentes de mudança? Não existem exemplos acabados neste momento que façam da circulação de bens simbólicos pelas redes mundiais de comunicação um instrumento de instauração da nova relação necessária entre homem e natureza. Entretanto, existem motivos para acreditar que alguns pilares já foram lançados. Na mídia, mesmo com abordagens que eventualmente não se apresentam como as mais corretas, cada vez mais se discute a questão ambiental; o ecologicamente correto é um dos elementos norteadores dos bens culturais difundidos pelos mecanismos do capitalismo global; e tornou-se regra nas peças publicitárias que buscam vender os bens duráveis associar o produto em questão a conceitos de sustentabilidade ambiental e qualidade de vida.

A combinação dessas mensagens tem o potencial de mostrar ao homem que o futuro do planeta também depende da troca da cultura da poluição pela cultura da preservação. Na cultura da poluição vigora a estética da beleza estreita, que separa, rotula, prioriza o que se encaixa em determinados padrões em detrimento do que destoa do padrão dominante. Já a na cultura da preservação instala-se a estética do cuidado, que assegura, em primeiro lugar, o respeito ao diferente e reconhece o valor de cada elemento dentro da teia da vida. Mesmo que parte desse artigo possa ser visto como utopia, fica pelo menos a certeza de pelo desnudamento da cultura que legitima a poluição se pode construir, com a influência decisiva da comunicação, uma cultura que atue exatamente no sentido contrário, impregnando os demais elementos constitutivos da
sociedade de um instinto de respeito aos sistemas ambientais que garantem a vida na Terra.

Fonte:
http://74.125.155.132/scholar?q=cache:2IVG847Vr74J:scholar.google.com/++cultura+e+polui%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&as_sdt=2000